segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Eu sou uma garrafa cheia de água e areia. No momento chacualhada!!!

Eu sou o Tenebroso, o Irmão sem irmão,
o Abandono, Inconsolado,o Sol negroda melancolia.
Eu sou Ninguém, a Calma sem alma que assola, atordoa e vem
No desmaio do final de cada dia.
Eu sou a Explosão, o Exu, o Anjo, o ReiO samba-sem-canção, o Soberano de toda a alegria que existia.
Eu sou a Contramão da contradiçãoQue se entrega a Qualquer deus-novo-embrião.
Pra traficar o meu futuro por um inferno mais tranquilo.
Eu sou Nada e é isso que me convém.
Eu sou o sub-do-mundo e o que seráque me detém?
Eu sou o Poderoso, o Bababã, o Bão! Eu sou o sangue,não!
Eu sou a Fome! do homem que come na brecha da mão de quem vacila.
Eu sou a Camuflagem que engana o chão.
A Malandragem que resvala de mão em mão.
Eu sou a Bala que voa pra sempre, sem rumo, perdida.
Eu sou a Explosão, o Exu, o Anjo, o ReiEu sou o Morro, o Soberano, a Alegoriaque foi a minha vida.
Eu sou a Execução, a Perfuração.
O Terror da próxima edição dos jornais Que me gritam, me devassam e me silenciam.

Lobão

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